Godard, Kurosawa, Scorcese, Michael Bay.

E ainda - e é aqui que realmente acredito ROTF aproxima-se do status de "cinema de arte" - a sobrecarga de Id do filme atinge níveis tão absurdos que o próprio tecido da realidade começa a se desfazer. Michael Bay havia se gabado de como cada cena do filme mostrava tanta coisa ao mesmo tempo que o seu PC levaria desde os primórdios do tempo para renderizar um único frame. Depois de algumas horas desta violência, você sentiria sua cadeira derreter e o chão da sala de cinema tornar-se um espelho implacacável da sua alma. Nada é sólido, nada é real, tudo se Transforma.

(...)

Mulheres, assim como homens, todos aqueles que assistirem a este filme irão sentir a dissolução de todas as suas certezas, toda a sua ilusória compreensão do mundo... mas depois da queda no desespero ressonante de que as paredes da realidade se tornaram sorvete tóxico sortido de milhões de sabores, você irá resfolegar e atingir a seguinte iluminação: a de que, uma vez que o mundo é para sempre reduzido a um caledoscópio de formas rodopiantes, você se encontra completamente livre. Nada importa, os efeitos precedem as causas, peixes acasalam no meio do ar, e você pode fazer tudo aquilo que quiser. Liberte-se dentro de sua fralda especial para adultos, Michael Bay o convida. Sinta a música do excesso total movimentar-se no âmago do seu ser. Ela é a sua Allspark, seu Cubo. E você é um Transformer. [Michael Bay finalmente fez um filme de arte.]