25.5.09

Assalto à Geladeira

No inferno duma fria noite,
Atravessa a treva o dissonante
Fechar lamurioso de um velho noete,
Vem lançar-me ao farfalhar distante
Dos velhos demônios de Goethe.

Medos que nunca dormem,
Cannon de Fobos andrólatra
Em eterna batalha consomem
O bom e o mau idólatra.

Não é fé que me suspende a face.
É o saturnino espírito da fome,
Que nutre meu ouvido e come
Ao ordenar-me: Sarraface!

Prisioneiro do espiral intérmino
De consumir a vida que me drena.
Vibrando diastésico o sino
Em visceral cíclica gangrena.

Mas que faço do neorama
De meu laborioso destino,
Que mesmo na formosa dama
Este gênio evoca o intestino?

A urgir o refrigério do drama
Abro a caixa de fibra e gás
Requento a tresontê lama
Que em gozo silencia e satisfaz...

Um comentário:

Davi disse...

réééééé!

ó o ralph má!

depois publica o "prepúcio vespertino" que eu queria reler! rsrsrs